VITÓRIA MACEDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ser “number one on the call sheet”, na expressão em inglês, é ser a primeira opção ou aquele que justifica a existência de um projeto. É esse também o título original do documentário do Apple TV, traduzido aqui de maneira mais direta quanto ao seu conteúdo –”Artistas Negros Conquistam Hollywood”.
Centrada apenas em atores e atrizes que transformaram a indústria americana, a obra une celebração e denúncia num momento particularmente sensível, quando a representatividade racial em Hollywood enfrenta novos desafios num contexto político conservador.
Como define o diretor Reginald Hudlin, o documentário se apresenta como um “antídoto para muita negatividade que está acontecendo agora”. O projeto nasceu da convergência entre as visões dele, que já havia explorado a temática ao relembrar a vida e carreira de Sidney Poitier –o primeiro homem negro a ganhar o Oscar de melhor ator–, e os atores e produtores Jamie Foxx –vencedor do Oscar pelo filme “Ray”– e Kevin Hart, que vai do stand-up às comédias de grande bilheteria.
O documentário é dividido em duas partes, o que reflete tanto uma necessidade prática quanto uma escolha estética. Hudlin dirigiu a primeira, centrada nos homens, enquanto Shola Lynch assumiu a segunda, sobre as mulheres. “É como se fossem dois lados da mesma moeda”, diz Lynch, conhecida por seus trabalhos sobre Shirley Chisholm e pelo documentário “Libertem Angela Davis”.
Na primeira metade, são apresentados nomes como Morgan Freeman, Denzel Washington e Michael B. Jordan. Hudlin buscou homens de diferentes gerações, origens e estilos de interpretação, incluindo americanos e britânicos.
A segunda reúne 17 atrizes, entre elas Viola Davis, Gabrielle Union e Alfre Woodard –todas protagonistas de suas carreiras, muitas indicadas ao Oscar. Lynch pensou numa metáfora visual para orientar sua abordagem. “É como uma caixa de chocolates, colorida e lindamente embrulhada. Você abre e há todos esses doces diferentes, do branco ao amargo. Todos têm coisas diferentes dentro.”
Whoopi Goldberg, por exemplo, relata sua resiliência ao enfrentar rejeições para papéis concebidos para mulheres brancas e loiras. Vivica A. Fox lembra os desafios técnicos enfrentados durante “Independence Day”, de 1996, quando seu cabelo foi danificado por falta de profissionais que soubessem lidar com estilos cacheados e crespos. Já Nia Long passou a cuidar da própria maquiagem para se autopreservar.
Ao abordar os troféus da indústria, o filme celebra conquistas como a de Halle Berry, primeira mulher negra a vencer o Oscar de melhor atriz em 2002 por seu papel em “A Última Ceia”, mas aponta oportunidades perdidas de outras atrizes como Angela Bassett, Viola Davis e Cynthia Erivo.
A parte centrada nos homens também mapeia marcos como o pioneirismo de Eddie Murphy nos anos 1980, a internacionalização da carreira de Will Smith, e os talentos emergentes, como Michael B. Jordan –simultaneamente ator e ativista e uma das estrelas do já histórico “Pantera Negra”, da Marvel.
“A coisa mais importante é que todos foram muito honestos sobre si, suas carreiras e a indústria”, afirma Hudlin. Para ele, o documentário transcende questões raciais para abordar temas universais sobre superação e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. “Não é apenas para pessoas que trabalham no entretenimento, mas para qualquer um que queira ouvir a mentalidade de um vencedor”, diz o diretor.
Para ele, o streaming tem se mostrado um bom caminho de transformação, mas que as mudanças dependem da resposta da indústria como um todo. Afirma ainda que o momento pede por inovação e coragem criativa, o que é evidenciado em sucessos recentes como “Pecadores”, terror de Ryan Coogler que causou alvoroço em Hollywood quando estreou, em abril deste ano.
“A genialidade desses artistas foi encontrar seu caminho para estar no mais alto nível de uma indústria que não é feita para elas”, diz Lynch. “É difícil para pessoas [brancas] acostumadas a serem sempre o centro da história terem sua narrativa tirada de lugar.”
Artistas Negros Conquistam Hollywood
Classificação: 16 anos
Elenco: Denzel Washington, Will Smith, Angela Bessett e Viola Davis
Direção: Reginald Hudlin e Shola Lynch
Onde ver: Apple TV
VITÓRIA MACEDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ser “number one on the call sheet”, na expressão em inglês, é ser a primeira opção ou aquele que justifica a existência de um projeto. É esse também o título original do documentário do Apple TV, traduzido aqui de maneira mais direta quanto ao seu conteúdo –”Artistas Negros Conquistam Hollywood”.
Centrada apenas em atores e atrizes que transformaram a indústria americana, a obra une celebração e denúncia num momento particularmente sensível, quando a representatividade racial em Hollywood enfrenta novos desafios num contexto político conservador.
Como define o diretor Reginald Hudlin, o documentário se apresenta como um “antídoto para muita negatividade que está acontecendo agora”. O projeto nasceu da convergência entre as visões dele, que já havia explorado a temática ao relembrar a vida e carreira de Sidney Poitier –o primeiro homem negro a ganhar o Oscar de melhor ator–, e os atores e produtores Jamie Foxx –vencedor do Oscar pelo filme “Ray”– e Kevin Hart, que vai do stand-up às comédias de grande bilheteria.
O documentário é dividido em duas partes, o que reflete tanto uma necessidade prática quanto uma escolha estética. Hudlin dirigiu a primeira, centrada nos homens, enquanto Shola Lynch assumiu a segunda, sobre as mulheres. “É como se fossem dois lados da mesma moeda”, diz Lynch, conhecida por seus trabalhos sobre Shirley Chisholm e pelo documentário “Libertem Angela Davis”.
Na primeira metade, são apresentados nomes como Morgan Freeman, Denzel Washington e Michael B. Jordan. Hudlin buscou homens de diferentes gerações, origens e estilos de interpretação, incluindo americanos e britânicos.
A segunda reúne 17 atrizes, entre elas Viola Davis, Gabrielle Union e Alfre Woodard –todas protagonistas de suas carreiras, muitas indicadas ao Oscar. Lynch pensou numa metáfora visual para orientar sua abordagem. “É como uma caixa de chocolates, colorida e lindamente embrulhada. Você abre e há todos esses doces diferentes, do branco ao amargo. Todos têm coisas diferentes dentro.”
Whoopi Goldberg, por exemplo, relata sua resiliência ao enfrentar rejeições para papéis concebidos para mulheres brancas e loiras. Vivica A. Fox lembra os desafios técnicos enfrentados durante “Independence Day”, de 1996, quando seu cabelo foi danificado por falta de profissionais que soubessem lidar com estilos cacheados e crespos. Já Nia Long passou a cuidar da própria maquiagem para se autopreservar.
Ao abordar os troféus da indústria, o filme celebra conquistas como a de Halle Berry, primeira mulher negra a vencer o Oscar de melhor atriz em 2002 por seu papel em “A Última Ceia”, mas aponta oportunidades perdidas de outras atrizes como Angela Bassett, Viola Davis e Cynthia Erivo.
A parte centrada nos homens também mapeia marcos como o pioneirismo de Eddie Murphy nos anos 1980, a internacionalização da carreira de Will Smith, e os talentos emergentes, como Michael B. Jordan –simultaneamente ator e ativista e uma das estrelas do já histórico “Pantera Negra”, da Marvel.
“A coisa mais importante é que todos foram muito honestos sobre si, suas carreiras e a indústria”, afirma Hudlin. Para ele, o documentário transcende questões raciais para abordar temas universais sobre superação e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. “Não é apenas para pessoas que trabalham no entretenimento, mas para qualquer um que queira ouvir a mentalidade de um vencedor”, diz o diretor.
Para ele, o streaming tem se mostrado um bom caminho de transformação, mas que as mudanças dependem da resposta da indústria como um todo. Afirma ainda que o momento pede por inovação e coragem criativa, o que é evidenciado em sucessos recentes como “Pecadores”, terror de Ryan Coogler que causou alvoroço em Hollywood quando estreou, em abril deste ano.
“A genialidade desses artistas foi encontrar seu caminho para estar no mais alto nível de uma indústria que não é feita para elas”, diz Lynch. “É difícil para pessoas [brancas] acostumadas a serem sempre o centro da história terem sua narrativa tirada de lugar.”
Artistas Negros Conquistam Hollywood
Classificação: 16 anos
Elenco: Denzel Washington, Will Smith, Angela Bessett e Viola Davis
Direção: Reginald Hudlin e Shola Lynch
Onde ver: Apple TV
VITÓRIA MACEDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ser “number one on the call sheet”, na expressão em inglês, é ser a primeira opção ou aquele que justifica a existência de um projeto. É esse também o título original do documentário do Apple TV, traduzido aqui de maneira mais direta quanto ao seu conteúdo –”Artistas Negros Conquistam Hollywood”.
Centrada apenas em atores e atrizes que transformaram a indústria americana, a obra une celebração e denúncia num momento particularmente sensível, quando a representatividade racial em Hollywood enfrenta novos desafios num contexto político conservador.
Como define o diretor Reginald Hudlin, o documentário se apresenta como um “antídoto para muita negatividade que está acontecendo agora”. O projeto nasceu da convergência entre as visões dele, que já havia explorado a temática ao relembrar a vida e carreira de Sidney Poitier –o primeiro homem negro a ganhar o Oscar de melhor ator–, e os atores e produtores Jamie Foxx –vencedor do Oscar pelo filme “Ray”– e Kevin Hart, que vai do stand-up às comédias de grande bilheteria.
O documentário é dividido em duas partes, o que reflete tanto uma necessidade prática quanto uma escolha estética. Hudlin dirigiu a primeira, centrada nos homens, enquanto Shola Lynch assumiu a segunda, sobre as mulheres. “É como se fossem dois lados da mesma moeda”, diz Lynch, conhecida por seus trabalhos sobre Shirley Chisholm e pelo documentário “Libertem Angela Davis”.
Na primeira metade, são apresentados nomes como Morgan Freeman, Denzel Washington e Michael B. Jordan. Hudlin buscou homens de diferentes gerações, origens e estilos de interpretação, incluindo americanos e britânicos.
A segunda reúne 17 atrizes, entre elas Viola Davis, Gabrielle Union e Alfre Woodard –todas protagonistas de suas carreiras, muitas indicadas ao Oscar. Lynch pensou numa metáfora visual para orientar sua abordagem. “É como uma caixa de chocolates, colorida e lindamente embrulhada. Você abre e há todos esses doces diferentes, do branco ao amargo. Todos têm coisas diferentes dentro.”
Whoopi Goldberg, por exemplo, relata sua resiliência ao enfrentar rejeições para papéis concebidos para mulheres brancas e loiras. Vivica A. Fox lembra os desafios técnicos enfrentados durante “Independence Day”, de 1996, quando seu cabelo foi danificado por falta de profissionais que soubessem lidar com estilos cacheados e crespos. Já Nia Long passou a cuidar da própria maquiagem para se autopreservar.
Ao abordar os troféus da indústria, o filme celebra conquistas como a de Halle Berry, primeira mulher negra a vencer o Oscar de melhor atriz em 2002 por seu papel em “A Última Ceia”, mas aponta oportunidades perdidas de outras atrizes como Angela Bassett, Viola Davis e Cynthia Erivo.
A parte centrada nos homens também mapeia marcos como o pioneirismo de Eddie Murphy nos anos 1980, a internacionalização da carreira de Will Smith, e os talentos emergentes, como Michael B. Jordan –simultaneamente ator e ativista e uma das estrelas do já histórico “Pantera Negra”, da Marvel.
“A coisa mais importante é que todos foram muito honestos sobre si, suas carreiras e a indústria”, afirma Hudlin. Para ele, o documentário transcende questões raciais para abordar temas universais sobre superação e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. “Não é apenas para pessoas que trabalham no entretenimento, mas para qualquer um que queira ouvir a mentalidade de um vencedor”, diz o diretor.
Para ele, o streaming tem se mostrado um bom caminho de transformação, mas que as mudanças dependem da resposta da indústria como um todo. Afirma ainda que o momento pede por inovação e coragem criativa, o que é evidenciado em sucessos recentes como “Pecadores”, terror de Ryan Coogler que causou alvoroço em Hollywood quando estreou, em abril deste ano.
“A genialidade desses artistas foi encontrar seu caminho para estar no mais alto nível de uma indústria que não é feita para elas”, diz Lynch. “É difícil para pessoas [brancas] acostumadas a serem sempre o centro da história terem sua narrativa tirada de lugar.”
Artistas Negros Conquistam Hollywood
Classificação: 16 anos
Elenco: Denzel Washington, Will Smith, Angela Bessett e Viola Davis
Direção: Reginald Hudlin e Shola Lynch
Onde ver: Apple TV
VITÓRIA MACEDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ser “number one on the call sheet”, na expressão em inglês, é ser a primeira opção ou aquele que justifica a existência de um projeto. É esse também o título original do documentário do Apple TV, traduzido aqui de maneira mais direta quanto ao seu conteúdo –”Artistas Negros Conquistam Hollywood”.
Centrada apenas em atores e atrizes que transformaram a indústria americana, a obra une celebração e denúncia num momento particularmente sensível, quando a representatividade racial em Hollywood enfrenta novos desafios num contexto político conservador.
Como define o diretor Reginald Hudlin, o documentário se apresenta como um “antídoto para muita negatividade que está acontecendo agora”. O projeto nasceu da convergência entre as visões dele, que já havia explorado a temática ao relembrar a vida e carreira de Sidney Poitier –o primeiro homem negro a ganhar o Oscar de melhor ator–, e os atores e produtores Jamie Foxx –vencedor do Oscar pelo filme “Ray”– e Kevin Hart, que vai do stand-up às comédias de grande bilheteria.
O documentário é dividido em duas partes, o que reflete tanto uma necessidade prática quanto uma escolha estética. Hudlin dirigiu a primeira, centrada nos homens, enquanto Shola Lynch assumiu a segunda, sobre as mulheres. “É como se fossem dois lados da mesma moeda”, diz Lynch, conhecida por seus trabalhos sobre Shirley Chisholm e pelo documentário “Libertem Angela Davis”.
Na primeira metade, são apresentados nomes como Morgan Freeman, Denzel Washington e Michael B. Jordan. Hudlin buscou homens de diferentes gerações, origens e estilos de interpretação, incluindo americanos e britânicos.
A segunda reúne 17 atrizes, entre elas Viola Davis, Gabrielle Union e Alfre Woodard –todas protagonistas de suas carreiras, muitas indicadas ao Oscar. Lynch pensou numa metáfora visual para orientar sua abordagem. “É como uma caixa de chocolates, colorida e lindamente embrulhada. Você abre e há todos esses doces diferentes, do branco ao amargo. Todos têm coisas diferentes dentro.”
Whoopi Goldberg, por exemplo, relata sua resiliência ao enfrentar rejeições para papéis concebidos para mulheres brancas e loiras. Vivica A. Fox lembra os desafios técnicos enfrentados durante “Independence Day”, de 1996, quando seu cabelo foi danificado por falta de profissionais que soubessem lidar com estilos cacheados e crespos. Já Nia Long passou a cuidar da própria maquiagem para se autopreservar.
Ao abordar os troféus da indústria, o filme celebra conquistas como a de Halle Berry, primeira mulher negra a vencer o Oscar de melhor atriz em 2002 por seu papel em “A Última Ceia”, mas aponta oportunidades perdidas de outras atrizes como Angela Bassett, Viola Davis e Cynthia Erivo.
A parte centrada nos homens também mapeia marcos como o pioneirismo de Eddie Murphy nos anos 1980, a internacionalização da carreira de Will Smith, e os talentos emergentes, como Michael B. Jordan –simultaneamente ator e ativista e uma das estrelas do já histórico “Pantera Negra”, da Marvel.
“A coisa mais importante é que todos foram muito honestos sobre si, suas carreiras e a indústria”, afirma Hudlin. Para ele, o documentário transcende questões raciais para abordar temas universais sobre superação e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. “Não é apenas para pessoas que trabalham no entretenimento, mas para qualquer um que queira ouvir a mentalidade de um vencedor”, diz o diretor.
Para ele, o streaming tem se mostrado um bom caminho de transformação, mas que as mudanças dependem da resposta da indústria como um todo. Afirma ainda que o momento pede por inovação e coragem criativa, o que é evidenciado em sucessos recentes como “Pecadores”, terror de Ryan Coogler que causou alvoroço em Hollywood quando estreou, em abril deste ano.
“A genialidade desses artistas foi encontrar seu caminho para estar no mais alto nível de uma indústria que não é feita para elas”, diz Lynch. “É difícil para pessoas [brancas] acostumadas a serem sempre o centro da história terem sua narrativa tirada de lugar.”
Artistas Negros Conquistam Hollywood
Classificação: 16 anos
Elenco: Denzel Washington, Will Smith, Angela Bessett e Viola Davis
Direção: Reginald Hudlin e Shola Lynch
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