Edie Campbell (Foto: Divulgação)
A poucos dias do início da temporada de desfiles prêt-à-porter outono/inverno, uma das personagens mais constantes das passarelas, a modelo britânica Edie Campbell, ainda não estava preparada para a extensa agenda de compromissos que iria encarar.
“No mundo ideal, neste momento eu estaria comendo bem e dormindo bastante. Assim, começaria as semanas de moda bem descansada. Mas as coisas não funcionam dessa maneira”, confessa ela. “O máximo que posso fazer agora é comer menos bolo e mais legumes.”
Com seu visual inconfundível sendo requisitado pelas marcas mais poderosas da moda, Edie não pode mesmo se dar ao luxo de uma pausa reenergizante. Não agora que ela tem de conciliar viagens, inúmeros desfiles e dezenas de sessões de foto com o lançamento de mais uma campanha icônica da Yves Saint Laurent Beauté.
A top foi escolhida como embaixadora do perfume Black Opium, reedição da clássica fragrância dos anos 70, cuja versão Eau de Toilette chega neste mês ao Brasil.
De passagem por Paris para divulgar a nova fragrância, Edie disse sentir-se lisongeada por encarnar a nova “mulher Opium”. “É um perfume com uma grande história. É excitante fazer parte desse imaginário, ligado ao de uma mulher que sabe o que quer, que faz o que quer e não se sente constrangida sobre o que os outros pensam dela e não segue prognósticos”, descreve a top. “Acredito que essa seja uma boa maneira de viver.”
A musa grunge Edie Cambell, em foto da campanha (Foto: Divulgação)O discurso conduz a pistas da personalidade de Edie, parte de uma nova geração de modelos que trouxe frescor ao métier com sua atuação vibrante, seu estilo grunge e suas inúmeras mudanças de penteado. Foi a ousadia de mudar o corte dos cabelos sem se preocupar com movimentos, ao contrário, ditando as próprias regras, o que provocou sua ascensão fulgurante na moda.
A menina de fios longos e rosto angelical foi aos poucos encurtando as madeixas, evidenciando a pele de porcelana e os olhos azuis celeste. Suas mudanças de look chegaram ao auge em 2013, quando Edie foi flagrada num concerto privado de David Bowie com os cabelos bem curtos, pintados de preto, e usando um vestido transparente na mesma cor. Desde então, todas as vezes que ela sai do cabeleireiro, cria uma nova tendência.
“Uso condicionadores normais e, como leave-in, aplico o creme Philip Kingsley Elasticizer”, diz, sobre os cuidados que costuma ter depois de tantas transformações. “Jamais uso produtos para deixá-los lisos e nem faço escova ou chapinha”, completa.
Vestindo um jeans e camiseta, Edie tem um corpo esguio, que ela esparrama displicente pelo sofá da sala de entrevistas, enquanto discorre sobre as atividades que pratica para se manter em forma, entre elas, natação e aulas de pilates. “É preciso focar em outras coisas. Não se preocupar tanto com a beleza”, filosofa. “Adoro o estilo da minha mãe. Ela não é supervaidosa, mas é cool.”
A admiração da modelo pela mãe, a arquiteta e stylist Sophie Hicks, revela uma ligação que levou as duas filhas, Edie e a caçula, Olympia, ambas modelos, a seguirem seus passos profissionais. Sophie trabalhou durante anos como stylist de revistas de moda e concebe lojas para marcas como Acne Studios.
Inserida nesse universo, Edie despontou aos 15, quando o fotógrafo peruano Mario Testino a escolheu para participar de uma campanha da Burberry, ao lado da conterrânea Kate Moss. Essa foi a primeira, de uma sequência de marcas importantes para quem ela emprestou seu rosto, entre elas, Christian Dior, Cacharel, Lanvin e Karl Lagerfeld.
Para sobreviver e superar as frustrações em meio a tantas beldades e estrelas, Edie buscou inspiração em sua outra paixão, a equitação, esporte no qual ela costuma competir. “Com os cavalos, aprendi a aceitar a derrota, a ser paciente e a não ter ego”, conta. “Entendi também que, às vezes, as coisas podem levar muito tempo para acontecer e é preciso saber lidar com isso. Na moda, há muita rejeição. É preciso separar o mundo pessoal do trabalho para não se sentir decepcionada.”
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