Em abril, o instituto fez 30 anos. O nome Geledés reverencia o poder feminino das deusas, na cultura ioruba. É uma ong feminista, sim, combate o sexismo e a objetificação da mulher. Mas com seu vigoroso fôlego briga por uma sociedade justa. Sem exceção, todos os avanços recentes que pretos e pardos conquistaram têm o empurrão do Geledés – e da advogada Sônia Nascimento, 66 anos, parceira da filósofa Sueli Carneiro na fundação da organização sediada em São Paulo. A dupla começou antes. Era o ano de 1972, ditadura militar, quando se conheceram trabalhando na Secretaria da Fazenda. Sônia ia ao clube dos negros, gostava na música negra, mas ainda não havia politizado o discurso. “Sueli já falava da necessidade de criarmos um grupo para discutir os problemas específicos da raça, o preconceito, as dificuldades que para nós eram muito maiores”, lembra.
Sônia Nascimento (Foto: Silvana Martins)
Support authors and subscribe to content
This is premium stuff. Subscribe to read the entire article.