ANA CORA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Ao celebrar 25 anos de carreira, Wanessa Camargo, 42, olhou para trás e encontrou uma palavra que sintetiza sua trajetória: “metamorfose”. Não por acaso esse é o nome de seu novo DVD, que veio depois de ela revisitar a própria história –discos, fases, conquistas e tropeços. O termo vem associado também a uma imagem: a da borboleta, um animal do qual ela sempre gostou, mas ao qual evitou se associar por algum tempo.
“Eu achava que só poderia usar a borboleta [como símbolo] quando estivesse num lugar de sabedoria”, diz. O processo de revisão a fez chegar a outra conclusão: “A gente nunca é só borboleta; tem dias que acordo lagarta, viro casulo à tarde e borboleta à noite”. “É um ciclo contínuo”, explica.
A cantora conta que sempre migrou entre estilos –do pop ao rock, do eletrônico ao romântico, passando pelo country– sem medo de se reinventar. Medo, aliás, ela tem “de um monte de coisas”, mas nunca com coisas relacionadas à própria carreira: “No meu trabalho, o medo passa longe. Eu entro no palco muito certa do que quero dizer”, diz. “Quando sinto que algo bate em mim, eu vou.”
Revisitar esse quarto de século, porém, exigiu escolhas difíceis. Wanessa tinha músicas para montar um show de quatro horas, mas precisou condensar tudo em duas –com 41 faixas distribuídas em medleys, raridades e clássicos que “nunca podem faltar”. Para isso, voltou a ouvir todos os álbuns, encarou clipes antigos, recuperou apresentações e percebeu as diferentes “camadas de metamorfose” que a constituem.
Ela brinca que até suas falhas mais simples serviram de lição: “[Blusa] tomara que caia em show não funciona”. “Já insisti umas vinte vezes. Chega na hora, fico puxando o peito e me sinto burra. Então, parou”, brinca.
Wanessa também sabe o peso de ter começado cedo e de ter se tornado ídolo de vários jovens, sendo ela própria uma adolescente na época. Sobrevivência nesse terreno, aliás, não é uma regra, mas ela atribui sua permanência à curiosidade e ao desejo constante de recomeçar. “Eu sempre mirei minha carreira até o fim da minha vida. Quando você perde a curiosidade sobre algo, morre. Por isso faço reality, musical, filme, dança. Eu preciso do novo.”
Essa busca também levou seu público junto. “Se eu tivesse continuado cantando sempre a mesma coisa, a galera que cresceu comigo teria perdido o interesse”, avalia. A cantora acompanha a maturidade dos fãs cantando sobre as próprias dores –divórcio, separação, recomeços–, temas que dialogam com quem a segue desde a adolescência.
Ao mesmo tempo, sabe que a cobrança sobre mulheres públicas é brutal. “Toda mulher é cobrada: ser bonita, ser boa mãe, boa filha, boa profissional, dar conta de tudo. A imagem da mulher perfeita existe para todas, não só para mim”, diz ela, que aponta terapia, espiritualidade e um núcleo familiar forte como pilares que a mantêm centrada. “Minha família é unida, tenho amigos, faço terapia desde sempre e sou guiada pela fé –frequento o que me fizer bem: igreja, centro, terreiro. Onde tiver luz, eu vou.”
Quando ouve que é uma fênix, ela ri –e concorda. “Já renasci muitas vezes. Cada tombão me faz voltar mais forte e mais feliz.” Arrependimento? Jura não ter. Nem mesmo a participação no BBB 24, do qual foi expulsa. “Doeu, mas me deixou claro sobre quem eu sou. Hoje estou no Dança [dos Famosos] com a coragem que ganhei lá”, afirma.
A leveza do quadro de dança do Domingão com Huck, aliás, tem sido um bálsamo. “Saio de lá morta, dolorida, mas feliz, leve e viva”, diz a cantora.
Wanessa não foge da pergunta quando o assunto é Dado Dolabella. Ela negar ter sofrido qualquer agressão por parte dele e diz enxergar o fim do namoro como um capítulo fechado de sua vida. “Quando vivi essa história, era porque eu precisava viver. Não era um ciclo encerrado, por isso tentei de novo”, comenta. “Tivemos momentos incríveis e aprendemos muito um com o outro. Torço pela felicidade dele, mas estou em paz, porque encerrei um ciclo em paz.”
Ela explica que ambos tentaram retomar o relacionamento, mas a reconciliação não avançou. A cantora diz que, agora, seu caminho é outro: “Hoje estou solteira, nesse lugar só comigo”. “E, se aparecer alguém lá na frente, vou me jogar de novo, porque sou intensa”, afirma. “Se tiver que me apaixonar vinte vezes e sofrer vinte vezes, eu me reconstruo vinte vezes.”
A artista reconhece que o sofrimento faz parte das relações. “Claro que ninguém quer sofrer, mas faz parte. Tenho medo de cair de cara, mas também quero viver o amor”, reflete, comentando como mudou sua busca afetiva ao longo da vida. “Quando era mais nova, buscava um amor romântico. Aos 30, procurei um parceiro. Agora, busco a mim mesma”, observa, lembrando ter engatado o relacionamento com Dado logo após o fim do casamento com Marcus Buaiz. Por isso, quase não passou tempo solteira.
“Foram 21 anos convivendo com o outro, pensando no outro, cedendo pelo outro, tentando compor com o outro. Agora preciso compor comigo. Estou me forçando a ficar sozinha”, disse. Ainda assim, admite que continua aberta à vida. “Se eu quiser dar uns beijinhos, tudo bem. Se acontecer de me arrebatar de novo, ok. Mas estou muito bem comigo.”
Ela considera que o momento profissional também pede foco. “Depois de tudo o que vivi, preciso me relacionar com o meu trabalho. E tem a maternidade, que é prioridade. Minha vida é tomada pelos meus dois filhos [José Marcus, 13, e João Francisco, 11] também”, afirma. Mas completa: “Espero encontrar alguém que me arrebate”. Se der certo, ótimo. Se não der, a gente chora, trata na terapia, ouve música romântica no chão e segue. ‘Thank u, next’.”
ANA CORA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Ao celebrar 25 anos de carreira, Wanessa Camargo, 42, olhou para trás e encontrou uma palavra que sintetiza sua trajetória: “metamorfose”. Não por acaso esse é o nome de seu novo DVD, que veio depois de ela revisitar a própria história –discos, fases, conquistas e tropeços. O termo vem associado também a uma imagem: a da borboleta, um animal do qual ela sempre gostou, mas ao qual evitou se associar por algum tempo.
“Eu achava que só poderia usar a borboleta [como símbolo] quando estivesse num lugar de sabedoria”, diz. O processo de revisão a fez chegar a outra conclusão: “A gente nunca é só borboleta; tem dias que acordo lagarta, viro casulo à tarde e borboleta à noite”. “É um ciclo contínuo”, explica.
A cantora conta que sempre migrou entre estilos –do pop ao rock, do eletrônico ao romântico, passando pelo country– sem medo de se reinventar. Medo, aliás, ela tem “de um monte de coisas”, mas nunca com coisas relacionadas à própria carreira: “No meu trabalho, o medo passa longe. Eu entro no palco muito certa do que quero dizer”, diz. “Quando sinto que algo bate em mim, eu vou.”
Revisitar esse quarto de século, porém, exigiu escolhas difíceis. Wanessa tinha músicas para montar um show de quatro horas, mas precisou condensar tudo em duas –com 41 faixas distribuídas em medleys, raridades e clássicos que “nunca podem faltar”. Para isso, voltou a ouvir todos os álbuns, encarou clipes antigos, recuperou apresentações e percebeu as diferentes “camadas de metamorfose” que a constituem.
Ela brinca que até suas falhas mais simples serviram de lição: “[Blusa] tomara que caia em show não funciona”. “Já insisti umas vinte vezes. Chega na hora, fico puxando o peito e me sinto burra. Então, parou”, brinca.
Wanessa também sabe o peso de ter começado cedo e de ter se tornado ídolo de vários jovens, sendo ela própria uma adolescente na época. Sobrevivência nesse terreno, aliás, não é uma regra, mas ela atribui sua permanência à curiosidade e ao desejo constante de recomeçar. “Eu sempre mirei minha carreira até o fim da minha vida. Quando você perde a curiosidade sobre algo, morre. Por isso faço reality, musical, filme, dança. Eu preciso do novo.”
Essa busca também levou seu público junto. “Se eu tivesse continuado cantando sempre a mesma coisa, a galera que cresceu comigo teria perdido o interesse”, avalia. A cantora acompanha a maturidade dos fãs cantando sobre as próprias dores –divórcio, separação, recomeços–, temas que dialogam com quem a segue desde a adolescência.
Ao mesmo tempo, sabe que a cobrança sobre mulheres públicas é brutal. “Toda mulher é cobrada: ser bonita, ser boa mãe, boa filha, boa profissional, dar conta de tudo. A imagem da mulher perfeita existe para todas, não só para mim”, diz ela, que aponta terapia, espiritualidade e um núcleo familiar forte como pilares que a mantêm centrada. “Minha família é unida, tenho amigos, faço terapia desde sempre e sou guiada pela fé –frequento o que me fizer bem: igreja, centro, terreiro. Onde tiver luz, eu vou.”
Quando ouve que é uma fênix, ela ri –e concorda. “Já renasci muitas vezes. Cada tombão me faz voltar mais forte e mais feliz.” Arrependimento? Jura não ter. Nem mesmo a participação no BBB 24, do qual foi expulsa. “Doeu, mas me deixou claro sobre quem eu sou. Hoje estou no Dança [dos Famosos] com a coragem que ganhei lá”, afirma.
A leveza do quadro de dança do Domingão com Huck, aliás, tem sido um bálsamo. “Saio de lá morta, dolorida, mas feliz, leve e viva”, diz a cantora.
Wanessa não foge da pergunta quando o assunto é Dado Dolabella. Ela negar ter sofrido qualquer agressão por parte dele e diz enxergar o fim do namoro como um capítulo fechado de sua vida. “Quando vivi essa história, era porque eu precisava viver. Não era um ciclo encerrado, por isso tentei de novo”, comenta. “Tivemos momentos incríveis e aprendemos muito um com o outro. Torço pela felicidade dele, mas estou em paz, porque encerrei um ciclo em paz.”
Ela explica que ambos tentaram retomar o relacionamento, mas a reconciliação não avançou. A cantora diz que, agora, seu caminho é outro: “Hoje estou solteira, nesse lugar só comigo”. “E, se aparecer alguém lá na frente, vou me jogar de novo, porque sou intensa”, afirma. “Se tiver que me apaixonar vinte vezes e sofrer vinte vezes, eu me reconstruo vinte vezes.”
A artista reconhece que o sofrimento faz parte das relações. “Claro que ninguém quer sofrer, mas faz parte. Tenho medo de cair de cara, mas também quero viver o amor”, reflete, comentando como mudou sua busca afetiva ao longo da vida. “Quando era mais nova, buscava um amor romântico. Aos 30, procurei um parceiro. Agora, busco a mim mesma”, observa, lembrando ter engatado o relacionamento com Dado logo após o fim do casamento com Marcus Buaiz. Por isso, quase não passou tempo solteira.
“Foram 21 anos convivendo com o outro, pensando no outro, cedendo pelo outro, tentando compor com o outro. Agora preciso compor comigo. Estou me forçando a ficar sozinha”, disse. Ainda assim, admite que continua aberta à vida. “Se eu quiser dar uns beijinhos, tudo bem. Se acontecer de me arrebatar de novo, ok. Mas estou muito bem comigo.”
Ela considera que o momento profissional também pede foco. “Depois de tudo o que vivi, preciso me relacionar com o meu trabalho. E tem a maternidade, que é prioridade. Minha vida é tomada pelos meus dois filhos [José Marcus, 13, e João Francisco, 11] também”, afirma. Mas completa: “Espero encontrar alguém que me arrebate”. Se der certo, ótimo. Se não der, a gente chora, trata na terapia, ouve música romântica no chão e segue. ‘Thank u, next’.”
ANA CORA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Ao celebrar 25 anos de carreira, Wanessa Camargo, 42, olhou para trás e encontrou uma palavra que sintetiza sua trajetória: “metamorfose”. Não por acaso esse é o nome de seu novo DVD, que veio depois de ela revisitar a própria história –discos, fases, conquistas e tropeços. O termo vem associado também a uma imagem: a da borboleta, um animal do qual ela sempre gostou, mas ao qual evitou se associar por algum tempo.
“Eu achava que só poderia usar a borboleta [como símbolo] quando estivesse num lugar de sabedoria”, diz. O processo de revisão a fez chegar a outra conclusão: “A gente nunca é só borboleta; tem dias que acordo lagarta, viro casulo à tarde e borboleta à noite”. “É um ciclo contínuo”, explica.
A cantora conta que sempre migrou entre estilos –do pop ao rock, do eletrônico ao romântico, passando pelo country– sem medo de se reinventar. Medo, aliás, ela tem “de um monte de coisas”, mas nunca com coisas relacionadas à própria carreira: “No meu trabalho, o medo passa longe. Eu entro no palco muito certa do que quero dizer”, diz. “Quando sinto que algo bate em mim, eu vou.”
Revisitar esse quarto de século, porém, exigiu escolhas difíceis. Wanessa tinha músicas para montar um show de quatro horas, mas precisou condensar tudo em duas –com 41 faixas distribuídas em medleys, raridades e clássicos que “nunca podem faltar”. Para isso, voltou a ouvir todos os álbuns, encarou clipes antigos, recuperou apresentações e percebeu as diferentes “camadas de metamorfose” que a constituem.
Ela brinca que até suas falhas mais simples serviram de lição: “[Blusa] tomara que caia em show não funciona”. “Já insisti umas vinte vezes. Chega na hora, fico puxando o peito e me sinto burra. Então, parou”, brinca.
Wanessa também sabe o peso de ter começado cedo e de ter se tornado ídolo de vários jovens, sendo ela própria uma adolescente na época. Sobrevivência nesse terreno, aliás, não é uma regra, mas ela atribui sua permanência à curiosidade e ao desejo constante de recomeçar. “Eu sempre mirei minha carreira até o fim da minha vida. Quando você perde a curiosidade sobre algo, morre. Por isso faço reality, musical, filme, dança. Eu preciso do novo.”
Essa busca também levou seu público junto. “Se eu tivesse continuado cantando sempre a mesma coisa, a galera que cresceu comigo teria perdido o interesse”, avalia. A cantora acompanha a maturidade dos fãs cantando sobre as próprias dores –divórcio, separação, recomeços–, temas que dialogam com quem a segue desde a adolescência.
Ao mesmo tempo, sabe que a cobrança sobre mulheres públicas é brutal. “Toda mulher é cobrada: ser bonita, ser boa mãe, boa filha, boa profissional, dar conta de tudo. A imagem da mulher perfeita existe para todas, não só para mim”, diz ela, que aponta terapia, espiritualidade e um núcleo familiar forte como pilares que a mantêm centrada. “Minha família é unida, tenho amigos, faço terapia desde sempre e sou guiada pela fé –frequento o que me fizer bem: igreja, centro, terreiro. Onde tiver luz, eu vou.”
Quando ouve que é uma fênix, ela ri –e concorda. “Já renasci muitas vezes. Cada tombão me faz voltar mais forte e mais feliz.” Arrependimento? Jura não ter. Nem mesmo a participação no BBB 24, do qual foi expulsa. “Doeu, mas me deixou claro sobre quem eu sou. Hoje estou no Dança [dos Famosos] com a coragem que ganhei lá”, afirma.
A leveza do quadro de dança do Domingão com Huck, aliás, tem sido um bálsamo. “Saio de lá morta, dolorida, mas feliz, leve e viva”, diz a cantora.
Wanessa não foge da pergunta quando o assunto é Dado Dolabella. Ela negar ter sofrido qualquer agressão por parte dele e diz enxergar o fim do namoro como um capítulo fechado de sua vida. “Quando vivi essa história, era porque eu precisava viver. Não era um ciclo encerrado, por isso tentei de novo”, comenta. “Tivemos momentos incríveis e aprendemos muito um com o outro. Torço pela felicidade dele, mas estou em paz, porque encerrei um ciclo em paz.”
Ela explica que ambos tentaram retomar o relacionamento, mas a reconciliação não avançou. A cantora diz que, agora, seu caminho é outro: “Hoje estou solteira, nesse lugar só comigo”. “E, se aparecer alguém lá na frente, vou me jogar de novo, porque sou intensa”, afirma. “Se tiver que me apaixonar vinte vezes e sofrer vinte vezes, eu me reconstruo vinte vezes.”
A artista reconhece que o sofrimento faz parte das relações. “Claro que ninguém quer sofrer, mas faz parte. Tenho medo de cair de cara, mas também quero viver o amor”, reflete, comentando como mudou sua busca afetiva ao longo da vida. “Quando era mais nova, buscava um amor romântico. Aos 30, procurei um parceiro. Agora, busco a mim mesma”, observa, lembrando ter engatado o relacionamento com Dado logo após o fim do casamento com Marcus Buaiz. Por isso, quase não passou tempo solteira.
“Foram 21 anos convivendo com o outro, pensando no outro, cedendo pelo outro, tentando compor com o outro. Agora preciso compor comigo. Estou me forçando a ficar sozinha”, disse. Ainda assim, admite que continua aberta à vida. “Se eu quiser dar uns beijinhos, tudo bem. Se acontecer de me arrebatar de novo, ok. Mas estou muito bem comigo.”
Ela considera que o momento profissional também pede foco. “Depois de tudo o que vivi, preciso me relacionar com o meu trabalho. E tem a maternidade, que é prioridade. Minha vida é tomada pelos meus dois filhos [José Marcus, 13, e João Francisco, 11] também”, afirma. Mas completa: “Espero encontrar alguém que me arrebate”. Se der certo, ótimo. Se não der, a gente chora, trata na terapia, ouve música romântica no chão e segue. ‘Thank u, next’.”
ANA CORA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Ao celebrar 25 anos de carreira, Wanessa Camargo, 42, olhou para trás e encontrou uma palavra que sintetiza sua trajetória: “metamorfose”. Não por acaso esse é o nome de seu novo DVD, que veio depois de ela revisitar a própria história –discos, fases, conquistas e tropeços. O termo vem associado também a uma imagem: a da borboleta, um animal do qual ela sempre gostou, mas ao qual evitou se associar por algum tempo.
“Eu achava que só poderia usar a borboleta [como símbolo] quando estivesse num lugar de sabedoria”, diz. O processo de revisão a fez chegar a outra conclusão: “A gente nunca é só borboleta; tem dias que acordo lagarta, viro casulo à tarde e borboleta à noite”. “É um ciclo contínuo”, explica.
A cantora conta que sempre migrou entre estilos –do pop ao rock, do eletrônico ao romântico, passando pelo country– sem medo de se reinventar. Medo, aliás, ela tem “de um monte de coisas”, mas nunca com coisas relacionadas à própria carreira: “No meu trabalho, o medo passa longe. Eu entro no palco muito certa do que quero dizer”, diz. “Quando sinto que algo bate em mim, eu vou.”
Revisitar esse quarto de século, porém, exigiu escolhas difíceis. Wanessa tinha músicas para montar um show de quatro horas, mas precisou condensar tudo em duas –com 41 faixas distribuídas em medleys, raridades e clássicos que “nunca podem faltar”. Para isso, voltou a ouvir todos os álbuns, encarou clipes antigos, recuperou apresentações e percebeu as diferentes “camadas de metamorfose” que a constituem.
Ela brinca que até suas falhas mais simples serviram de lição: “[Blusa] tomara que caia em show não funciona”. “Já insisti umas vinte vezes. Chega na hora, fico puxando o peito e me sinto burra. Então, parou”, brinca.
Wanessa também sabe o peso de ter começado cedo e de ter se tornado ídolo de vários jovens, sendo ela própria uma adolescente na época. Sobrevivência nesse terreno, aliás, não é uma regra, mas ela atribui sua permanência à curiosidade e ao desejo constante de recomeçar. “Eu sempre mirei minha carreira até o fim da minha vida. Quando você perde a curiosidade sobre algo, morre. Por isso faço reality, musical, filme, dança. Eu preciso do novo.”
Essa busca também levou seu público junto. “Se eu tivesse continuado cantando sempre a mesma coisa, a galera que cresceu comigo teria perdido o interesse”, avalia. A cantora acompanha a maturidade dos fãs cantando sobre as próprias dores –divórcio, separação, recomeços–, temas que dialogam com quem a segue desde a adolescência.
Ao mesmo tempo, sabe que a cobrança sobre mulheres públicas é brutal. “Toda mulher é cobrada: ser bonita, ser boa mãe, boa filha, boa profissional, dar conta de tudo. A imagem da mulher perfeita existe para todas, não só para mim”, diz ela, que aponta terapia, espiritualidade e um núcleo familiar forte como pilares que a mantêm centrada. “Minha família é unida, tenho amigos, faço terapia desde sempre e sou guiada pela fé –frequento o que me fizer bem: igreja, centro, terreiro. Onde tiver luz, eu vou.”
Quando ouve que é uma fênix, ela ri –e concorda. “Já renasci muitas vezes. Cada tombão me faz voltar mais forte e mais feliz.” Arrependimento? Jura não ter. Nem mesmo a participação no BBB 24, do qual foi expulsa. “Doeu, mas me deixou claro sobre quem eu sou. Hoje estou no Dança [dos Famosos] com a coragem que ganhei lá”, afirma.
A leveza do quadro de dança do Domingão com Huck, aliás, tem sido um bálsamo. “Saio de lá morta, dolorida, mas feliz, leve e viva”, diz a cantora.
Wanessa não foge da pergunta quando o assunto é Dado Dolabella. Ela negar ter sofrido qualquer agressão por parte dele e diz enxergar o fim do namoro como um capítulo fechado de sua vida. “Quando vivi essa história, era porque eu precisava viver. Não era um ciclo encerrado, por isso tentei de novo”, comenta. “Tivemos momentos incríveis e aprendemos muito um com o outro. Torço pela felicidade dele, mas estou em paz, porque encerrei um ciclo em paz.”
Ela explica que ambos tentaram retomar o relacionamento, mas a reconciliação não avançou. A cantora diz que, agora, seu caminho é outro: “Hoje estou solteira, nesse lugar só comigo”. “E, se aparecer alguém lá na frente, vou me jogar de novo, porque sou intensa”, afirma. “Se tiver que me apaixonar vinte vezes e sofrer vinte vezes, eu me reconstruo vinte vezes.”
A artista reconhece que o sofrimento faz parte das relações. “Claro que ninguém quer sofrer, mas faz parte. Tenho medo de cair de cara, mas também quero viver o amor”, reflete, comentando como mudou sua busca afetiva ao longo da vida. “Quando era mais nova, buscava um amor romântico. Aos 30, procurei um parceiro. Agora, busco a mim mesma”, observa, lembrando ter engatado o relacionamento com Dado logo após o fim do casamento com Marcus Buaiz. Por isso, quase não passou tempo solteira.
“Foram 21 anos convivendo com o outro, pensando no outro, cedendo pelo outro, tentando compor com o outro. Agora preciso compor comigo. Estou me forçando a ficar sozinha”, disse. Ainda assim, admite que continua aberta à vida. “Se eu quiser dar uns beijinhos, tudo bem. Se acontecer de me arrebatar de novo, ok. Mas estou muito bem comigo.”
Ela considera que o momento profissional também pede foco. “Depois de tudo o que vivi, preciso me relacionar com o meu trabalho. E tem a maternidade, que é prioridade. Minha vida é tomada pelos meus dois filhos [José Marcus, 13, e João Francisco, 11] também”, afirma. Mas completa: “Espero encontrar alguém que me arrebate”. Se der certo, ótimo. Se não der, a gente chora, trata na terapia, ouve música romântica no chão e segue. ‘Thank u, next’.”













